O Jardim das Hespérides é a dimensão mítica da Ibéria, outrora designada por Hespéria, Ocidente em grego, terra do “fim do mundo”, lugar do pôr-do-sol, reino de Hespera, Vénus enquanto “estrela” da tarde, nome que a relaciona com Hera, Deusa que de acordo com o mito grego é a proprietária do Jardim das Maçãs de Ouro das Hespérides.
CULTURAS MATRIFOCAIS
Tal como a Ilha de Avalon, trata-se de reminiscências duma idade de ouro matriarcal, ou matrifocal, de sociedades não hierarquizadas, sustentáveis, pacíficas e prósperas que a ordem patriarcal posterior obliterou do mundo e da nossa consciência. Inclusas durante milénios, num momento em que o planeta se encontra à beira da ruptura de tão explorado e desrespeitado, tais dimensões abrem-se agora à nossa consciência como faróis de esperança, mostrando-nos um caminho possível, e a sua inspiração e energia estão de novo disponíveis se o nosso coração for puro o suficiente, verdadeiro e corajoso, para as atingir.
O PORTAL DA PRAIA DAS MAÇÃS, PORTUGAL
Enquanto em Inglaterra é em Glastonbury que se tem acesso à dimensão da Ilha de Avalon, em Portugal tal acontece em Sintra, com um portal de entrada na Praia das Maçãs. Quem esteve no encontro Avalon e o Jardim das Hespérides, a Tradição do Arco Atlântico, a 3, 4 e 5 de Outubro de 2014, no Senhora d’Azenha, Centro de Artes e Ofícios do Mundo, exactamente nessa mesma Praia das Maçãs, pôde testemunhar a abertura desse portal e sentir fluir a energia do Jardim encantado onde acedemos pela porta do coração.
No início dos trabalhos, e precedendo o momento em que a Sacerdotisa de Avalon Kathy Jones numa cerimónia memorável uniu os 4 elementos desta Ilha Mágica, Terra, Água, Fogo e Ar, aos 4 elementos do Jardim Dourado das Hespérides na sua dimensão portuguesa, foi acesa a Chama do Jardim das Hespérides pelo grupo cerimonial. Este grupo era composto por mim e por Kathy Jones, por outra sacerdotisa de Avalon, Lieveke Volke, da Bélgica; pelas sacerdotisas portuguesas Iris Lican e Amala Amélia; pela sacerdotisa e pelo sacerdote da Ibéria Iranzu Gonazpi e Saucco de Trivia, e pelas Irmãs de Avalon Olga Porqueras e Aisha Axin.
Esta Chama está por conseguinte unida à Chama de Avalon, que foi acesa pela primeira vez na Conferência da Deusa de 2004, e à qual se juntaram várias outras, como de Brigit que arde em Kildare, na Irlanda; a Chama da Paz, de Hiroshima, que uma mulher que escapou da morte acendeu nos destroços da bomba atómica lançada sobre esta cidade japonesa a 6 de agosto de 1945; a Chama de Bridie da Ilha de St. Lewis nas Hébridas; a Chama das Crianças, dos Estados Unidos; a Chama da Ibéria acesa em 2010 aquando da primeira Conferência da Deusa realizada em Madrid; a Madonna Ministry Flame, dos Estados Unidos, e várias outras.
SER GUARDIÃ OU GUARDIÃO DA CHAMA DO JARDIM DAS HESPÉRIDES
Nesse mesmo encontro esta Chama, foi distribuída por todas o por todos os participantes e eu mesma aceitei a responsabilidade de ser a sua Guardiã Universal.
Ser Guardiã ou Guardião desta chama, entretanto, implica mais do que acendê-la regularmente e propagá-la à nossa volta com as melhores intenções no nosso coração, implica antes de mais uma profunda sintonia com a visão duma sociedade baseada nos valores da Mãe, em sintonia com a visão MãeMundo, iniciada em Glastonbury/Avalon pela Sacerdotisa Kathy Jones. Implica igualmente uma profunda rejeição do modelo de sociedade em que vivemos com o seu enfoque na competitividade, na hierarquização, na separatividade, na sujeição e na conquista, na avidez e no profundo desrespeito pela vida e pelo planeta do qual dependemos.
UMA FORMA DE RECONHECIMENTO PÚBLICO
Ser Guardiã ou Guardião da Chama do Jardim das Hespérides é essencialmente uma forma de reconhecimento e de encorajamento pelo trabalho público realizado por mulheres, e também por homens, que são fonte de inspiração e de transformação no mundo actual. Em qualquer lugar do mundo onde mulheres ou homens se reúnam, criando coesão, irmandade, cura e empoderamento para o feminino e para a mulher e para as pessoas em geral, bem como cooperação, relações de parceria, procura de soluções criativas para a proteção e cura do planeta, estilos de vida alternativos e sustentáveis, fomento da criatividade e da expressão artística e desenvolvimento duma cultura baseada no princípio do prazer, as Hespérides, as 9 Sábias Irmãs do Poente, distribuirão os seus dons, a sua força, poder e protecção.
COMO SE TORNAR GUARDIÃ OU GUARDIÃO DESTA CHAMA
Para te candidatares a ser uma Guardião ou um Guardião da Chama do Jardim das Hespérides, magnificada pela sua união com a Chama de Avalon, dá-nos a conhecer o teu trabalho, o grupo de mulheres ou homens com quem reúnes e/ou cocrias um projecto, a tua sintonia com os princípios atrás expostos, o teu desejo de aprofundar as questões decorrentes dos modelos sociais referidos, patriarcal e matrifocal, o teu ativismo e grau de consciência social, o teu talento e a tua coragem.
A FUNÇÃO DA GUARDIÃ OU GUARDIÃO
Enquanto Guardiã, ou Guardião da Chama do Jardim das Hespérides, é-te concedido o direito de distribuíres esta chama à tua volta por quem manifestar vontade de a ter, bem como de nomear outras Guardiãs e Guardiães que te pareçam reunir suficientes requisitos para tal, cuidando de recolher o seu testemunho para que dele todas e todos possamos receber inspiração.
No Amor e na Luz das Nove Sábias Irmãs do Poente,
Luiza Frazão
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